terça-feira, 25 de novembro de 2008

Estefânia (vulgo “casa da avó”)

Já escrevi sobre Lamarckhof, sobre a Estrada da Medrosa, e agora chegou a vez de escrever sobre a Estefânia.

Tenho, provavelmente mais do que qualquer um dos meus irmãos, muito boas recordações da Estefânia.

Sempre que estava de férias, lá zarpava eu para “casa da Avó”. Todas as férias, Natal, Carnaval, Páscoa, eram lá passadas. Só as de Verão é que não eram, porque íamos para a Costa, mas esse terá direito a outro “post”.

Se fechar os olhos, consigo visualizar muito bem a casa. Se me esforçar um pouco, até consigo ver a Elisa na cozinha à volta dos tachos e panelas. E a Alice a fazer as camas. Mas para isso, tenho de recuar umas boas dezenas de anos, talvez quatro, no mínimo.

Dizem que muitos cheiros nos avivam as memórias e há alguns que associo sempre à Estefânia. O cheiro das batatas fritas, mas de algumas em especial. Não sei se eram fritas em azeite, provavelmente.

E aquela mesa oval, grande e negra, com uns pés estranhos, que tinha sempre um jarrinho de água do Luso em cima com um paninho a tapar?

E que bom era acordar, depois do avô sair e meter-me na cama da avó, quando a Elisa chegava com o pequeno-almoço, o cheiro das torradas e do jornal “Diário de Notícias” que se misturavam nas minhas narinas enquanto a avó o desfolhava.

Aquelas rotinas que mostravam que os dias passavam calmamente, sem stresses, sem pressas, vividos como só na nossa infância se pode mesmo viver. A ida ao café depois de almoço, uma rotina diária que os meus tios sempre tinham e que os meus pais nunca tiveram. Tudo era diferente, mas eu gostava daquela diferença!

Os primos sempre prontos para brincadeiras, leituras, teatros, etc.

Nós éramos os Hunos, como dia o nosso tio; quando nós chegávamos, os de Oeiras, acabava a calma da Estefânia e instalava-se a confusão geral. Principalmente porque éramos muitos, sempre muitos, sempre demasiados para a calma daquela casa. Para eles, felizmente, eram poucas as idas. No Natal, na Páscoa, às vezes, nem sempre.

Com o andar dos tempos a ida à Estefânia tornou-se rara. Já lá não vou há uns anos, mas mantenho viva na minha memória os muitos bons momentos lá passados.

Saudosista? Naaaaaaaaaaaaaaaa.

Beta

25 de Novembro de 1975

Naquela noite, faz hoje 33 anos, ficámos, a Mã e eu, como já era habitual desde o 25 de Abril de 1974, acordadas até tarde a ouvir as notícias e a ver as movimentações de tropas na “nossa” Estrada da Medrosa.

As tropas do Ramalho Eanes, ou dos Comandos do Jaime Neves (já não me lembro) e os seus tanques percorriam a rua, colocando-se em pontos estratégicos, à volta do Quartel do RAC (Regimento de Artilharia de Costa), ou melhor dizendo, à porta de nossa casa. O quartel era um espaço dos soldados fiéis a Vasco Gonçalves.

Só por brincadeira, aproveito para contar como era o estado de sítio deste quartel. Por cima das guaritas, tinham colocado sofás, onde se instalavam os tropas de cabelo comprido e barba, de arma em punho e a fumar (provavelmente charros). Parece que os estou a ver à minha frente, a apanhar Sol, naquele Verão que antecedeu o “25 de Novembro”.

Mas voltando à noite propriamente dita….

Veio um senhor oficial, muito atencioso, bater-nos à porta, talvez já fossem mais do que 11 da noite (pois o Pai já estava deitado e isto serve sempre de bitola – A.P.D. antes do pai deitar ou D.P.D. depois do pai deitar).

“Boa noite, minha senhora” disse, batendo a pala “Gostaria de ter autorização sua para colocar as minhas tropas no seu quintal e, se possível, também na varanda da sua casa” solicitou.

“Na varanda? Nem pensar”, disse a Mã. “Tenho 6 crianças a dormir e não quero confusões dentro de casa, mas no quintal, está bem, não há problema!”

O oficial, bateu pala, agradeceu e foi-se embora, mandando as tropas colocar-se em posições no nosso quintal.

História engraçada, hoje, passados estes anos todos, acho realmente incrível a nossa Revolução! Onde é que seria possível pedir autorização para se colocar na varanda duma casa e não a obter da dona e ir-se embora sem mais nada? Só mesmo em Portugal!

E Viva o 25 de Abril!

Beta

O sargento/cabo

Os que moraram na Medrosa lembram-se com certeza dele.

Quando eramos miúdos, brincava connosco, dava-nos rebuçados (apesar de estarmos proibidos de os receber de estranhos pela Mã), estava sempre de bom-humor. Era mesmo um querido.

Muito mais gente de Oeiras se lembrará dele. Depois de uma operação que fez (penso que a uma úlcera, mas já não tenho a certeza) andava na estação de Santo Amaro a mostrar a costura e, mais tarde, no comboio, com um cesto onde dizia trazia um gatinho e miava, miava, para "assustar" muita gente.

Para mim, durante muitos anos, quando me via dizia que eu era "a menina dos olhos de gata". De tal modo, que passei a evitá-lo quando o via no comboio ou na estação de Oeiras porque já me embaraçava a frase.

Como tudo o que que é na vida, também ela tem um fim. O "nosso" sargento, que parece agora já era cabo, morreu anteontem. RIP.

Beta

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Estrada da Medrosa, lote 2 - Oeiras

Hoje vinha no comboio a pensar que nunca escrevi sobre a casa e o lugar onde cresci. Não nasci, mas foi quase como se tivesse, porque da minha vida em Lisboa só me lembro mesmo da loja de electrodomésticos que havia no prédio onde morei.

Em Abril de 1961, tinha eu quase 3 anos, mudámo-nos os 5 (Pai, Mãe, Paulo, Ana e eu) para a casa de Oeiras. Só de lá saí definitivamente no dia 1 de Setembro de 1979, quando me casei.

Todos os dias passo lá à porta e imagino agora a casa que será, quase 30 anos depois. Conheço as pessoas que lá moram, mas não privo com elas. No entanto, talvez gostasse de privar, para poder cuscar a casa actual. Fizeram uma garagem e um portão nas traseiras, puseram outro baloiço no quintal (o nosso era bem maior e melhor), grades nas janelas, tiraram a trepadeira que tanto a caracterizava, mas que devia encher tudo de lagartixas e osgas, mas por dentro não faço a mínima ideia de como ela está.

Mas fecho os olhos e recuo no tempo, vejo o hall de entrada com um caixote pintado de branco virado no chão e um monte imenso de LEGO espalhado e 4 ou 5 crianças atarefadas a construir casas, carros e outras coisas mais. Mais à frente, estava “A Cómoda”, uma coisa enorme que tinha vindo da Quinta de Benfica, e onde numa das muitas gavetas tínhamos os livros de quadradinhos para nos entretermos.

Uma casa cheia de recordações e sabem? Se não escrevermos sobre estas recordações elas vão-se esvair no tempo e amanhã ninguém se lembrará de nada. Por isso o faço, tenho a minha memória, o meu disco rígido cheio de recordações que preciso deitar cá para fora, porque estão a ocupar demasiado espaço.

E quem não se lembra da famosa “piscina” que punhamos no quintal quando começava a aquecer o tempo? Uma coisa pequenina redonda, que enchíamos de água depois aquecida pelo sol, onde cabíamos muitos, onde mergulhávamos, saltando da varanda, e que atraía miúdos das redondezas, como abelhas à volta das flores?

E o “cubículo”, aquela divisão estranha e cheia de tralha, onde às vezes procurávamos coisas esquecidas há anos para matar saudades? Nunca mais me esqueci do meu relógio de cuco, que a mã lá meteu porque já não o podia ouvir. Que desgosto que eu tive quando o fui lá procurar e não o encontrei mais (ele esteve lá muito tempo escondido)…

Ficava aqui um dia inteiro a escrever sobre aquela morada que já não existe nos roteiros. Mas na minha memória ela continua muito presente. E acho que não é só na minha, mas de muitos dos meus irmãos. Foram bons os momentos que lá passámos e é muito bom recordá-los. Sempre.

Beta

PS: A vista que eu tinha da janela do meu quarto já não é a mesma, agora de lá, só se vêem mesmo prédios. Das figueiras já não há sinal. Sinais dos tempos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ferias

Ola novamente...



A minha maezinha esteve em terras de sua Majestade a fazer companhia ao nosso principe Henrique durante as ferias. Foi um namoro continuo entre os dois, neto e avo em perfeita harmonia (claro que eu e o Fred tambem habitavamos a mesma casa mas.....).

Ficaram por casa e arredores, pois eu estava a trabalhar. Foram ao cinema ver o Igor, foram a ver uma exposicao de Miro.

No dia 31 de Outubro foi o primeiro Hallowen do Henrique,foi mascarado de Dracula.
Fomos a biblioteca a uma pequena festa onde ele desfilou e ganhou o premio de melhor mascara, recebeu um livro, pintou , brincou ouviu historias e fez caretas.
No Domingo antes da minha mae voltar para Portugal fomos a Missa na Abadia de Westminster http://www.westminster-abbey.org/.
Para os incredulos sim, e verdade saimos da cama as 8h da manha de um Domingo e la fomos nos todos janotas com o fato domingueiro para a missa ( o Fred foi de fato e gravata!!!).
Foi muito bonito, a missa e praticamente toda dita em coro, o que a torna bem original. O coro e composto so por meninos (claro que o Henrique disse que tambem queria cantar)e a abadia e muito linda e vale a pena ir pois e bem diferente .

Tudo o que e bom acaba depressa e la voltou D. Zilia para Portugal com a lagrima ao canto do olho mas ja a fazer planos para voltar em Fevereiro para o outro half term do Henrique.
O Henrique voltou para a sua vidinha, escola e brincadeira e nos continuamos na labuta do dia-a-dia.
Um beijinho cheio de carinho para a mais pequena dos Somsen que completou o seu primeiro de muitos aniversario.
Beijinhos a todos
Filipa

Reuniao de pais










Bem sei que estamos um pouco atrasados mas mesmo assim aqui vai....

Em Outubro antes da escola acabar (ferias de half term) fomos chamados para a nossa primeira reuniao de pais.

Nada mais seria de esperar, o Henrique teve uma avaliacao muito boa, As a tudo, bom comportamento, assiduidade, a aprendizagem esta a ser muito boa, ja trouxe para casa alguns louvores dados pela professora.


A professora diz que ele esta a ir muito bem, ja constroi frases em ingles e entende tudo o que ela e os colegas dizem. Esta a aprender a ler, ja junta letras e sons como MUM/DAD/ AND.

Tem bastantes amigos e diz que adora a escola, faz bastantes brincadeiras, uma delas em especial que se chama "poo poo Game" que resumidamente e saltar para pocas de lama ate ficar todo sujo.

No dia 24 de Outubro houve uma festinha na escola dele, o dia Internacional, cada familia levou um prato tipico do seu pais. Como aqui nao arranjo Mao de vaca, fiquei pelas pataniscas de bacalhau. Foi muito giro, havia imensa comida, toda ela muito diferente, picante, doce, amarga, desde sushi a patanisca.

O bom de tudo e saber que o Henrique esta a gostar, a aprender e felizmente esta tudo a correr muito bem.

Beijinhos

Filipa

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Amália (II)

Estivemos no domingo quase todos juntos na casa do Miguel. O lanche foi muito bom, muito agradável e a aniversariante portou-se como sempre se porta - MUITO BEM!

Estou à espera duma foto porque parece que ninguém levou máquina fotográfica e só há filmagens, mas qualquer coisa se há-de arranjar. Depois coloco-a aqui.

O dia esteve bom, com sol, para a menina Amália, nem de propósito!

Beta

Amália

Pois é, já fizeste um ano. Um ano passa num instante e não devia ser eu a escrever isto, porque não fui eu quem te acompanhou diariamente nesta fase da tua vida em que cada dia é diferente do anterior.

Mas eu sei como é. Porque já passei por isso. São os choros, os risos, as brincadeiras, primeiro com as nossas mãos, depois o querer erguer a cabeça e olhar em volta, ver o mundo duma perspectiva diferente. O interagir com os outros, o conhecer e identificar pessoas e objectos.

O sorrir, o rir....

Das coisas mais lindas é a resposta ao nosso sorriso. Olharmos para ti, sorrimos e termos outro sorriso de resposta.

O sentar, o levantar, o gatinhar, os primeiros passos, os "tentens", os primeiros dentes, as primeiras dentadas. A primeira sopa, a primeira papa, o primeiro biberão.

O dizer "sim" o dizer "não".

Um ano.

Parabéns querida menina!

Beijos
Tia Beta

sábado, 1 de novembro de 2008

Familia junta

Quando é que a familia se junta lá em Oeiras?
Dentro desta pergunta que eu me fiz, há duas maneiras em que se pode ler isto.
1ª -Quando a familia toda (incluindo familiares de fora) se junta .
2ª -Quando é que a familia que cá está(em Portugal) se junta em Oeiras outra vez.
Alguém me pode responder ás minhas duas perguntas?
Não é uma mensagem muito boa para aqui postar, mas queria saber e quem quiser também saber lê a resposta...

Laura