quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

os Poole, a quinta de Benfica e mais o que vier...

Agora que os descendentes dos Poole que vieram para Portugal, há mais de um século, regressam a Inglaterra e que o primeiro volta a nascer nesse lugar, é bom fazer uma retrospectiva da sua passagem pelo nosso país nos séculos XIX e XX.

O que aqui escrevo vale-se sobretudo de histórias contadas pela minha avó e pela minha mãe e por tudo o que consegui guardar na minha memória, que dizem ser muito boa. Para ficar para a posteridade e não se perder a informação.

A avó Henriqueta (Maria Harriet Poole de nascimento), minha bisavó, já nasceu no nosso país, 9 de Março 1865, na Batalha. O avô Henrique, mais velho um bom par de anos, nasceu a 1 de Janeiro 1858 em Oliveira de Azeméis. Casaram-se em S.Brissos, Montemor-o-Novo a 25 de Maio de 1880(?)), e trouxeram para Lisboa uma fortuna com ele, proveniente de minas. Com esse dinheiro compraram uma quinta em Benfica, por onde passa agora a 2ª circular.

Quando casaram, a minha bisavó pouco mais tinha do que 15 anos. A tia Laura, (nascida em 9 março 1882 em S.Tiago do Escoural, Montemor-o-novo) primeira filha deste casamento (antes houve em 1881 o Ernesto, que morreu bebé), nasceu, tinha a avó Henriqueta, 17 anos. Mas eu sei disto, porque diziam-me que a avó Henriqueta tinha menos diferença da filha mais velha do que esta tinha do irmão mais novo. E irmãos foram muitos. Sobreviventes, ou que chegaram pelo menos à maioridade, foram a Laura, o Leopoldo, o Avelino, o Ernesto, o Henrique (que morreu com 21 anos provavelmente de tuberculose), e a Alice. Mas os filhos do casal foram muitos mais: Ernesto 1881 (morreu com 0 anos), Laura 1882-1947, Leopoldo 1885-1933, Henrique 1886 (morreu com 3 anos), Henrique (?) 1890 (morreu com 0 anos), Alice 1892 (morreu com 3 anos), Henrique 1894-1920 (morreu aos 26), Avelino 1898-1972, Alice 1900-1964, Ernesto 1904-1970). Um deles morreu afogado num tanque da quinta, os outros com doenças que eram fatais na altura. Eu só conheci a 2ª Alice, o Avelino e o meu avô, o Ernesto. Todos morreram antes dos 65 anos, menos o Avelino que resistiu mais alguns anos.

Do que me foi dito, a avó Henriqueta teve também um irmão, o Thomas (nascido a 25 de Novembro de 1860, em Borba), que emigrou para a América e de quem nunca mais se soube. Com as possibilidades que há hoje de pesquisa através da Internet, pode ser que se encontre alguma coisa, mas há tantos Poole nos EUA que se me afigura difícil descobrir. Além do mais que não se sabe quando nem como ele foi, e se foi realmente.

Os pais da avó Henriqueta foram Thomas Poole, nascido em Inglaterra, Londres (?) e Maria da Conceição Ribeiro, nascida em Oliveira de Azeméis. Os pais de Thomas foram John Poole e Elisabeth Reader.

Dos sobreviventes, a Laura e a Alice nunca casaram (segundo dados que tenho, a Laura casou-se aos 30 mas não sei com quem, mas deve ter sido sol de pouca dura…). A Laura foi mais mãe dos irmãos e dedicou-se-lhes pela vida fora. A Alice era uma pessoa estranha, tinha uma ar mais estrangeiro, uma madeixa loura no cabelo e tinha de ser sempre a última a deitar-se naquela casa. Acho que foi o meu avô que tentou uma vez deitar-se depois dela e esperou até às 3 ou 4 da manha sem o conseguir; ela tinha sempre que fazer! Ela viveu na quinta até ao final dos seus dias, rodeada de gatos, gatos, gatos. Mesmo quando a quinta foi expropriada, ela conseguiu manter-se lá até adoecer e morrer no hospital (com um cancro, acho eu).

O Leopoldo casou (em Agosto de 1912 com Maria Augusta Martinho) e teve dois filhos, o primeiro morreu novo com tuberculose (nasceu em 1914 e morreu em 1924, e chamava-se Fernando Martinho Poole da Costa), e o segundo ainda é vivo, chama-se Ruy, foi casado com a Mimi, que já faleceu, e tem dois filhos – o Leopoldo e a Teresa.

O Avelino casou com a Maria Luísa (da Silva Basto, em 31 Março 1929) e teve dois filhos, o primeiro (mais um Henrique, da Silva Basto Poole da Costa, morreu com 1 ano. Por isso é que os primos ficaram horrorizados quando souberam que o filho do Fred se chamava Henrique, pois achavam que o nome trazia azar, mas o Paulo também é Henrique e ainda está bem vivinho da Silva, se bem que a avó Dicta ficou horrorizada com a ideia quando mã resolveu pôr-lhe esse nome) morreu novo e o segundo ainda é vivo, chama-se João (João Pedro, nascido a 29 Abril 1932) e tem 3 filhos – a Madalena (16 Março 1959) e a Isabel (1964) do primeiro casamento (com Leonor Amado) e o Pedro Henrique (outra vez!) do segundo casamento, no Brasil, nascido em 1978 fruto do casamento com a Sra. de apelido Fay-Cahen.

O Ernesto casou com a Maria Benedicta (os meus avós), e tiveram dois filhos, o José Avelino, que já faleceu, que casou com a Maria Manuela e que tiveram 3 filhos, a Cristina, o Jorge e a Maria João (Pitorra) e a Maria Tereza (minha mãe) já falecida, e que casou com o Arie e que tiveram 7 filhos – eu, o Paulo, a Ana, o Pieter, o Fred, o Miguel e a Dina.

Aliás há uma história que a minha avó me contava: quando o Leopoldo ia ser pai pela segunda vez, foi-o de um rapaz e o primeiro morreu; quando o Avelino foi pai pela segunda vez, foi-o de outro rapaz e o primeiro morreu. Resultado: quando a minha avó ficou grávida pela segunda vez, meteu-se na cabeça que, se fosse um rapaz, o primeiro iria morrer e por isso fez uma promessa à Santa Teresinha que, se tivesse uma menina, lhe poria o nome de Tereza. Por isso a minha mãe foi Tereza.

Lembro-me muito bem da altura em que a quinta foi expropriada pela Câmara de Lisboa, para construção da 2ª Circular. Nessa altura já só estavam vivos o Avelino, o Ernesto e a Alice, de modo que, o meu avô comprou um prédio na Venda Nova, e arranjou um dos andares para a Alice ir para lá morar, mas ela nunca o chegou a habitar.

Antigamente era normal só os filhos homens herdarem, mas, caso as filhas não fossem casadas, teriam de ficar à responsabilidade dos irmãos. Ao meu avô Ernesto calhou a Alice, por isso ele arranjou aquele andar que eu conheci todo mobilado para a irmã.

Durante muitos anos passei pelo viaduto de acesso à 2ª circular e via as ruínas do edifício que tinha sido a Casa da quinta, até já só ficarem presentes na minha memória.

Um dia destes quando perto do Colombo, a pé, reparei que o monte, metade do qual pertencia à quinta, ainda lá está com algum casario que não sei de quem é.

Estas são algumas das memórias que guardo. Mais virão com certeza. Aqui contarei.

E obrigada pelas correcções do Fred, que me foram muito úteis na elaboração deste texto!!!!

Beta

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Jantar de ano novo

Olá, queria avisar que infelizmente não vou ao jantar de ano novo em Oeiras. Vai toda a casa menos eu, combinei com uma colega uma festinha em casa dela e por isso não vou estar presente. Por isso desejo a todos um feliz ano novo 2009. Para quem não sabe eu fiz um novo blog, chamado "As Criações da Laura" , onde tenho algumas criações minhas(desenhos, textos etc...).

Laura

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Orlando, a pesca, a Polícia Marítima e o Correio da Manhã


Em casa, passámos o fim-de-semana a ouvir o Orlando a dizer "Já viram a notícia do CM? Já viram a minha foto? Agora sou conhecido..." ninguém o aturava, claro, só na brincadeira. Para o poderem chatear no próximo fim de semana, no Jantar de Ano Novo, aqui fica a foto e o artigo do CM online de quinta-feira passada e o respectivo link




Quote


Após operação de fiscalização da Polícia Marítima
Pescadores de Oeiras revoltados



Um grupo de pescadores amadores cujas embarcações estão sediadas na Marina de Oeiras está revoltado com a acção de fiscalização da Polícia Marítima na tarde de quinta-feira. “Entraram nos barcos sem nenhum dos proprietários estar presente, remexeram em tudo e quando os confrontámos, recusaram identificar-se ou explicar porque razão ali estavam. Como estavam à paisana, até podiam ser ladrões a mexer nos barcos”, contou ao CM Luís Martins, que há mais de 20 anos se dedica à pesca em lazer.
Contactada pelo CM a Marinha Portuguesa disse que “a Polícia Marítima actuou no decurso de uma normal operação de fiscalização tendo por base denuncias de que pescadores lúdicos efectuavam venda ilegal de pescado na Marina de Oeiras”.

José António, pescador há mais de três décadas fala em falta de coerência: “Comprei material numa loja de pesca, para pescadores amadores como eu. Chego ao barco e um dia um dos fiscais diz que aquele material é ilegal, dois dias depois outro fiscal diz que está dentro da legalidade. Ninguém se entende”.
Na operação estiveram envolvidos oito agentes da Polícia Marítima e foram fiscalizadas nove embarcações das quais quatro incorriam em ilegalidades.

O pescador Ricardo Lopes que se dedica à pesca há exactamente 40 anos fala em “perseguição”: “Ando nisto há muito tempo e agora as coisas são piores que antes do 25 de Abril e do tempo da PIDE. Mostramos a armadilha a um agente e ele diz que é legal, na semana seguinte aparece outro agente que nos manda cortar a barbela do anzol. E passam os dias de binóculos a ver o que fazemos. Não entendemos”.

O CM apurou que as fiscalizações da Polícia Marítima junto dos pescadores amadores na marina de Oeiras são regulares embora na quinta-feira tenha sido a primeira vez que os agentes à paisana entraram nos barcos sem a presença ou conhecimento dos proprietários. “Nós sabemos que não se pode pescar polvo pequeno para preservar o ecossistema. Mas a verdade é que alguns supermercados vendem polvo pequeno congelado e importado de países europeus. O Governo não deixa pescar mas deixa importar e comprar?”, questiona José Carlos Ferreira.

Na quinta-feira as autoridades apreenderam 61 quilos de polvo, 41 quilos dos quais imaturo que foram entregues ao Banco Alimentar Contra a Fome. “A nossa actividade não é a pesca, por isso é que somos amadores. Andamos aqui para nos entreteremos e quando estamos sozinhos na embarcação a legislação permite que possamos pescar 10 quilos”, salienta José António.
A legislação para as embarcações de recreio está prevista na portaria 868/2006 (decreto-lei 166, publicado em Diário da República a 29 de Agosto de 2006) mas não é minuciosa em relação aos tipos e qualidades de materiais de pesca: “Se a lei não especifica, e se cada agente da polícia marítima diz uma coisa, como é que nos vamos entender?”, questionam os pescadores amadores de Oeiras.
Para poderem pescar em lazer, os pescadores têm que pagar anualmente entre licenças e impostos valores que oscilam entre os €200 e os €500 euros.
A partir de segunda-feira o Parlamento Europeu vai debater e votar o relatório dos deputados comunistas portugueses sobre Convenção Nº 188 da Organização Internacional do Trabalho relativa ao sector das pescas. Esta Convenção visa estabelecer normais internacionais mínimas para o sector das pescas tendo em conta as condições de trabalho e de saúde dos pescadores.


unquote


Tenho dito!


Beta