segunda-feira, 27 de outubro de 2008






No sábado estive com a Sofia, a ver fotos que estavam no computador e entre elas encontrei uma que me fez decidir escrever sobre a (minha, nossa) Mãe, porque se não fosse ela não estaria aqui a fazê-lo.

Já vão fazer 10 anos que ela partiu, mas é claro que se mantém na minha memória como se fosse ontem, como se tivesse somente partido para uma viagem, das muitas que fez durante a sua vida.

Depois, ontem ao telefone com a Ana, ela comentou que tinha perdido todas as cartas que a Mã lhe tinha escrito, desde 1985, quando a casa dela ardeu. E aí percebi que realmente só a nossa memória é que pode ficar e que, mesmo assim, a devemos passar aos nossos filhos, para se ir mantendo viva.

Lembro-me de o meu mundo se limitar à sua presença e à da mãe dela, a minha Avó. O resto não tinha importância para mim, desde que as duas estivessem lá pertinho. Até podia ter muitos irmãos, não fazia diferença, porque elas estavam lá. E no entanto, nem fui muito ligada à minha Mãe, apesar daquela ligação tão forte que existiu na minha infância. Eu sabia que ela estava lá sempre que fosse preciso. E esteve. Muitas vezes, mesmo.

Tivemos as nossas querelas, as nossas discussões, mas no fundo, acho que nem foram muitas, nem foram importantes. Serviram para moldar a mãe que hoje sou também. Ela errou, como eu errei e errarei. Mas está nos nossos erros a possibilidade de nos corrigirmos.

E continua presente, muito presente, nas nossas vidas.

(vem-me sempre à memória, quando entro na cozinha de Santo Amaro, a Mã em frente ao fogão, de saia de fazenda e casaco de malha, avental posto a fazer a sopa para o jantar....e ainda recordo, todos os dias a seguir ao almoço, a nossa conversa ao telefone, só para "picar o ponto")

Beta

1 comentário:

Laura disse...

Essa foto ficou muito gira e deve trazer a todos uma grande recordação. Decidi guardar a imagem para durar muito tempo.

Beijinhos da Laura