Todos os domingos tínhamos direito ao “pratinho”. Era uma festa para nós, crianças. Era o único dia da semana a que tínhamos direito a doces e estes eram tão especiais, vindos da Holanda, secretamente escondidos algures no quarto dos pais, só viam a luz do dia cada domingo, seleccionados criteriosamente pelo pai que criava aquele “pratinho” como de uma obra de arte se tratasse.
Normalmente constava de uma ou duas bolachas holandesas, “caffe-noir” ou outras, uma barrinha de "Mars", que ainda não havia por cá, e uma série de “pistas” * diferenciadas, gomas, etc. Era tudo colocado num daqueles pratos de cartão utilizados hoje em dia para as festas de aniversário das crianças, muito coloridos que traziam imensa alegria aos nossos corações infantis.
Mas o mais giro era que o Paulo, que normalmente acordava da sesta pronto para comer o “pratinho” tinha, antes disso de comer o que não tinha comido ao almoço. A mã aquecia então o resto do almoço dele ao lume e ele, a muito custo, lá o engolia para poder depois devorar o que estava no “pratinho”.
Memories…
* para saber o que são “pistas” ler o texto sobre “A voltinha e a árvore das pistas”
Sem comentários:
Enviar um comentário